A origem da vida

Esta é uma pergunta que tem gerado diferentes respostas em diferentes épocas. A teoria da Abiogênese ou Geração Espontânea dizia que um ser vivo vinha de uma matéria bruta após ser influenciado por uma ação chamada princípio ativo. Qualquer coisa poderia ser o princípio ativo, como a água, a lama, a palha a madeira.
Van Helmont divulgou uma receita para criar camundongos aonde deveria ser colocada uma camisa suada em contato com gérmen de trigo, abandonada em um lugar escuro, após 21 dias, produziria ratos. Neste caso o princípio ativo seria o suor humano.

Francesco Redi

Foi o primeiro a contestar a abiogênese a partir de resultados de experiências

1° Experiência

Ele colocou enguias mortas em uma caixa aberta e após certo tempo vermes surgiram e devoraram a carcaça do animal. Quando estava apenas o esqueleto, os animais abandonaram a a caixa sem que Redi pudesse conhecer seu destino.

2° Experiência

Redi repetiu a experiência anterior, colocando as três enguias na caixa e dias depois estavam ceias de vermes, e para descobrir o destino dos vermes ele tampou a caixa e observou que alguns dias depois se ficaram imóveis e ovais e depois esses "ovos" eclodiram em moscas

3° Experiência

Ele repetiu a experiência só que desta vez com vários pedços de carnes e as colocou em 8 frascos de vidros. Quatro deles ficaram abertos e quatro ficaram fechados. Depois de alguns dias os frascos abertos estavam cheios de vermes e os que estavam fechados não possuiam vermes.

4° Experiência

Para evitar uma contestação de que os frascos fechados haviam quebrado o "pricípio ativo" quando obstruíram a entrada do ar, Redi repetiu a experiência cobrindo os frascos com uma gaze fina que que permitia a circulação do ar e impedia a penetração de moscas. Não surgiram vermes e ele confirmou a origem dos insetos e criou a concepção da Biogênese
Após alguns anos a teoria da Geração espontânea não havia sido esquecida. O naturalista Anton van Leeuwenhoek ao observar em um microscópio rudimentar a existência de microorganismos e como não havia explicação para o fato ficou reaberta a polêmica entre Biogênese e Abiogênese.
No século seguinte, em 1745, John Needhan revigorou a teoria da Abiogênese. Ele aqueceu um caldo nutritivo de frango, fechou-o e aqueceu eles novamente. Após alguns dias ele observou no microscópio que o clado estava repleto de microorganismos. Repetiu a experiência com outros meios de cultura e obteve o mesmo resultado. Isso foi o suficiente para defender a teoria da Geração Espontânea.
Vinte e cinco anos depois o padre Lazzaro Spallanzani repetiu as experiências de John Needhan só que desta fez fechou com mais cuidados os frascos e aqueceu aamostra por 1 hora. Nenhum microorganismo surgiu em mesês. Ele argumentou que John Needhan não havia aquecido o suficiente para matar os microorganismos. Needhan contra-argumentou dizendo que os frascos hermeticamente fechados e o aquecimento excessivo haviam quebrado o pricípio ativo. A teoria da Abiogênese se manteve até a segunda metade do século XIX
Entre os anos de 1860 e 1864, o cientista francês Louis Pasteur adaptou a experiência de Spallanzani. Colocou caldo de carbe em um balão de vidro com um longo gargalko, submetendo-o a um aquecimento prolongado seguido de um lento resfriamento (pasteurização). O caldo ficou completamente esterelizado. A seguir retorceu os gargalo do blão de vidro e deixou com forma de "s" criando o balão "pescoço de cisne". Pasteur não tampou o frasco permitindo o contato com o ar (derrubando o argumento de Needhan) .No entanto o líquido permaneceu estéril por meses. As curvas do pescoço do frasco funcionaram como um tipo de "filtro", impedindo a penetração de microorganismos que pudessem contaminar o caldo. Ele apresentou a experiência a Academia de Ciência e derrubou a Abiogênese e a Biogênese triunfou.
Com a consolidação da Teoria da Biogênese surgiram muitas perguntas sem respostas aparentes. Se todo ser vivo nasce de um pré-existente, quando e como surgiu a primeira forma de vida?
Para responder a esta e outras perguntas foram criadas outras teorias:
Panspermia Cósmica ou Panspermismo - Esta teoria explica que a vida sempre existiu no Universo. Teria se originado em outros planetas e chagado a Terra atraves de uma possível pressão de radiação emitida por partículas luminosas. Arrhenius denominou esta forma de vida de cosmozoários e Schultz de biógenos. Estas criaturas poderiam contaminar a superfície de qualquer planeta com condições básicas para a vida. Esta toria tem pouca aceitação.
A Hipótese Autotrófica - Os primeiros seres vivos seriam autotróficos (capazes de produzir seu próprio alimento). Os vegetais clorofilados e algumas bactérias podem produzir seu próprio alimento, mas para isso acontecer precisa ser um ser vivo complexo. E como dos mais simples originaram os mais complexos, os primeiros não poderiam ser autotróficos. Esta é uma teoria que não é aceita.
A Hipótese Heterotrófica - Esta é a teoria mais aceita e de acordo com esta teoria o primeiro ser vivo surgiu a partir da matéria bruta. E esta foi exposta a diversos fatores e condições, organizou-se de modo a fomar um ser bastante simples, incapaz de produzir seu próprio alimento, mas poderia retira-lo do meio ambiente.
A Quimiossíntese como origem da vida - Segundo o cientista Aleksandr I. Oparin em sua obra A Origem da Vida, os compostos, como aminoácidos, ácidos nucleicos, lipídios e carboidratos, teriam originado a partir de elementos da atmosfera, como o vapor d´água, hidrogênio, metano e amônia. A energia necessária para a síntese de tais substâncias seria fornecida pela raidação ultravioleta, por constantes descargas elétricas na atmosfera e pela elevada temperatura do Planeta. Para Oparin algumas substâncias de aspecto protéico presentes no oceano primitivo teriam formados agregados que tenderiam a desenvolver uma membrana. Denominados Coaservados futuramente iriam se aperfeiçoar e formar seres mais complexos e as primeiras formas de vida.
Stanley Miller interessou-se profundamente e desenvolveu um experimento onde construiu um aparelho que reproduziria as condições existentes na Terra Primitiva. O aparelho consistia em um balão de vidro em que Miller colocou os gases de Amônia, metano, vapor d´água e hidrogênio (como na atmosfera da terra primitiva). Submeteu os gases ao aquecimento elevado e a constantes descargas elétricas. O vapor d´água e o calor eram fornecidos através de um outro balão ligado ao aparelho contendo água em ebulição. Quando o vapor d´água circulava no aparelho, acabava condensando-se e precipitava-se novamente, simulando as chuvas. Uma semana após a circulação contínua dos gases no sistema, Miller coletou o produto que se acumulou em um reservatório e analisou-o resultando na presença de 1 carboidrato e 11 aminoácidos, sendo 4 deles abundantes nas proteínas encontradas nos seres vivos.
Quatro anos após a experiência Sidney W. Fox baseiu-se nos resultados de Miller e fez uma nova experiência, onde ele submeteu a um aquecimento proongado uma mistura seca de aminiácidos e, após um lento resfriamento, constatou que haviam se formado moléculas mais complexas, resultantes da união de vários aminoácidos. Os compostos formados tinham muitas características das proteínas encontradas nos seres vivos, podendo até serem decompostas por enzimas proteolíticas.
Os resultados de Miller e Fox serviram para refoçar o raciocínio de Oparin. A primeira forma de vida deveria ser unicelular, heterptrófica e sem ancestral vivo. Essas são algumas explições que procuram esclarecer a origem da vida, mas são teorias que podem ser reformuladas ou substituídas. No entanto, apesar de serem apenas teorias, é o que temos de mais significativo para tentar elucidar o mistério da origem da vida.