O que são fósseis???

          A vida surgiu há aproximadamente 3,8 bilhões de anos e, desde então, restos de animais e vegetais ou evidências de suas atividades ficaram preservados nas rochas. Estes restos e evidências são denominados fósseis e constituem o estudo da Paleontologia. A história dos fósseis é também a história da migração dos continentes (paleogeografia), das mudanças climáticas (paleoclimatologia), das extinções em massa e das modificações ocorridas na fauna e flora ao longo do tempo geológico (CASSAB, 2004).
Somente restos ou vestígios de organismos com mais de um milhão de anos (1Ma) são considerados fósseis. Esse tempo, calculado pela ultima glaciação, é a duração estimada para a época geológica em curso: o Holoceno ou Recente. Não é imprescindível que o organismo fossilizado seja um ser extinto. Muitos animais e vegetais que vivem nos dias de hoje são encontrados no registro fossilífero. Alguns grupos sofreram poucas modificações ao longo do tempo geológico, e há formas conhecidas desde o Paleozóico. São denominados fósseis-vivos ou formas-relíquias, e como exemplos podemos citar o Ginkgo biloba, Lingula sp., Limulus sp. e Latimeria chalumnae (celacanto) (CASSAB, 2004).
Quando os restos ou vestígios possuem menos de um milhão de anos, são denominados subfósseis. São encontrados alguns exemplos na literatura, como um bisão preservado em turfeira e um homem antigo, mumificado, em depósitos de caverna. Encaixam-se neste caso os sambaquis, acúmulos de conchas, ossos e carvão resultantes da atividade humana, muito freqüentes no litoral brasileiro (CASSAB, 2004).
São utilizados ainda os termos dubiofósseis (estruturas que podem ser de origem orgânica, mas cuja natureza ainda não foi comprovada) e pseudofósseis (estruturas comprovadamente inorgânicas que se assemelham a organismos, tais como os dendritos de pirolusita (óxido de manganês), cujo hábito cristalino lembra impressões de um vegetal) (CASSAB, 2004).
O início do documentário fossilífero bem representado coincide com o desenvolvimento, no Cambriano, de esqueletos mineralizados maiores e mais resistentes nos invertebrados marinhos (CASSAB, 2004). Já o registro fóssil Pré-Cambriano, de rochas mais antigas, é bastante escasso, se o compararmos ao apresentado por sedimentos mais recentes. Essa escassez se justifica pela ação de processos metamórficos e erosivos. No Brasil, o Pré-Cambriano é pouco estudado, apesar dessas rochas ocuparem mais de 60% da área do País (LIMA, 1989).